quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Escrevo para não ficar louco

07/12/2009

O grande lance desses dias malditos quando a angústia impera sobre mim é que ponho tudo em xeque, tudo fica no canto da parede ou muito disperso no imenso e negro espaço. Eu sinto como se as coisas dançassem uma valsa lenta, mórbida e angustiante e esta atmosfera avançasse sobre meu corpo e me impedisse de fazer as coisas que antes, há poucos dias atrás! davam coesão ao meu cotidiano. Ou quem sabe simplesmente não quero continuar fazendo estas coisas e sinto toda essa dor por achar que devo quando não quero. Quem sabe. Essa dança negra e descontínua e instável-instabilizante do universo é terrível e inexorável. Sempre estive sujeito a ela e desde muito mais novo ela me leva cíclica e descontinuamente para o seu salão onde danço sozinho ou em meio a vultos muito esparsos e lá passo dias longos de sofrimento e abismo.


09/12/2009

Ressuscitei.
Há uma resposta! um caminho! Acabei de ler o meu manuscrito anterior e isto foi o ápice de um processo de ressurreição que estourou irradiando iluminação brilhante dentro de mim. Ser eu mesmo! Ser livre-radical-fatal-transcedental-maravilhosamente eu mesmo! Esta batida e genial resposta, o início de tudo, que todos devemos cultivar como pedra primeira de nosso ser. Ser livre, macho – diz o sábio espanhol. ‘ SER’ ‘LIVRE’! Por um valioso átimo de instante isto me veio com a máxima clareza como nunca antes. É preciso revisar(-se)! Sinto-me como se viesse carregando o ‘ser livre’ como um precedente subjacente que de tão subjacente se perdia nos escombros das minhas empoeiradas metas – vício de setas e metas. Minha fé aponta para a dúvida, minha única certeza. È preciso revisar(-se)! É preciso abrir, escancarar portas e janelas e mantê-las, o que é tarefa árdua visto que nossas casas crescem, nossas portas e janelas multiplicam-se e são tantos andares, cômodos, vãos, escadas e corredores para vigiar que podemos não perceber quando sorrateiramente o vento move a dobradiça de uma ou outra porta, de outra ou uma janela, fechando umas acolá e outras aqui. E são tantas as vezes que continuamos a vida assim a levar. É bem mais cômodo. do que considerar a instabilidade real de tudo, do que ouvir a música e dançar a dança das coisas, universo movimento flutuante. tudomudanomundomomento. Mantemo-nos abertos, alertas, lúcidos! E sejamos livres até para nos fecharmos quando bem entendermos. Experienciemo-nos! Livremo-nos! – gritamos em côro e coração eu e o sábio espanhol dentro de mim. Uhuuuuuuuuuuuuuuuuuu!


Bruno Rafael